A falta de cuidado com os níveis de glicose no sangue, seja por meio da ausência de medicação, dieta inadequada e não realização de exercícios físicos, para quem sofre diabetes mellitus, poderá trazer prejuízos futuros à saúde, especialmente à visão.
De acordo com informações do site da Sociedade Americana de Diabetes, pessoas com diabetes tipo 2 são 40% mais propensas a sofrer de glaucoma do que aquelas sem a doença.
O QUE É A DIABETES MELLITUS?
O diabetes é uma doença que não tem cura e afeta mais de 16,8 milhões de Brasileiros, segundo a International Diabetes Federation. Causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo, pode afetar todo o organismo. Entre os tipos de diabetes mellitus, dois são bastante comuns: o tipo 1 e o tipo 2.
TIPOS DE DIABETES MELLITUS
A diabetes mellitus tipo 1 é uma doença autoimune, na qual o organismo ataca, de forma errada, as células do pâncreas que produzem insulina, destruindo-as. Assim, a falta de produção de insulina, faz com que haja um acúmulo de glicose no sangue. Isso poderá trazer malefícios para vários órgãos, como insuficiência renal, retinopatia ou cetoacidose diabética.
Normalmente, o tratamento para a diabetes tipo 1 é feito com injeções diárias de insulina e, além disso, com uma alimentação com pouco açúcar e baixa quantidade de carboidratos. Soma-se a isso a prática regular de exercício físico para que se possa controlar os níveis de açúcar e manter um metabolismo regulado.
No caso do diabetes mellitus tipo 2, o mais comum, tem-se como causa os fatores genéticos juntamente com maus hábitos de vida; por exemplo, consumo exagerado de açúcar e gordura, sedentarismo, sobrepeso ou obesidade, entre outros. Tais hábitos provocam defeitos na produção e na ação da insulina no corpo. Entretanto, ao emagrecer, os níveis de açúcar se normalizam.
No entanto, é importante entendermos que não houve cura, na verdade, há o controle da doença. Caso haja novo ganho de peso, provavelmente a doença voltará a dar sinais nos exames de sangue. Portanto, a rotina de exercícios físicos, acompanhada de dieta é a melhor forma de prevenção e tratamento.
Entretanto, quando a glicemia se mantém elevada por muito tempo, os riscos de complicações crônicas associadas ao diabetes mellitus aumentam e são bastante temidas: amputações, hemodiálise ou glaucoma e até perda da visão, além de infartos ou derrames.
O QUE É O GLAUCOMA?
O glaucoma acontece quando a quantidade excessiva de glicose no sangue causa um inchaço do cristalino (lente do olho), o que faz mudar a sua forma e flexibilidade, diminuindo a capacidade de foco. Como resultado, a visão lateral é perdida gradualmente.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados 2,4 milhões de novos casos de glaucoma anualmente, o que totaliza 60 milhões de pessoas no mundo. Esta é a doença que é considerada como a principal causa de cegueira irreversível no mundo.
Entre seus principais sintomas pode-se citar:
- Diminuição do campo de visão;
- Dor intensa no olho;
- Aumento da pupila;
- Visão turva e embaçada;
- Vermelhidão;
- Dificuldade para enxergar no escuro;
- Visão com arcos em volta das luzes;
- Sensibilidade excessiva à luz;
- Dor de cabeça, náuseas e vômito.
O tratamento para o glaucoma tem como objetivo estabilizar a pressão intraocular para evitar que o problema avance. Ele pode ser feito através de colírios, tratamento a laser ou cirurgia, de acordo com a gravidade do caso.
SINTOMAS DO DIABETES MELLITUS NA VISÃO
Um dos sintomas mais comum do diabetes mellitus, quando o assunto são os olhos, certamente é a visão turva. A quantidade excessiva de glicose no sangue causa um inchaço do cristalino (lente do olho), o que faz mudar a sua forma e flexibilidade, diminuindo a capacidade de foco. Por isso, a visão fica embaçada. No entanto, quando o diabetes está controlado, a visão volta ao normal.
GLAUCOMA E DIABETES – QUAL A RELAÇÃO?
De acordo com pesquisa realizada pela Sociedade Americana de Diabetes, pessoas com diabetes mellitus tipo 2 possuem 40% mais chances de ter glaucoma. Isto porque, a alta quantidade de glicose na corrente sanguínea resulta no inchaço da lente do olho e no aumento da pressão do olho, que comprime os vasos sanguíneos que levam o sangue ao nervo óptico e à retina.
Quanto mais tempo os níveis de açúcar no sangue estão descontrolados, maiores as chances de desenvolver problemas oftalmológicos, como o glaucoma ou a perda gradual da visão, caso não tratado a tempo.
Quanto ao tratamento, existem vários. Alguns usam medicamentos para reduzir a pressão no olho, enquanto outros envolvem cirurgia. O ideal é realizar consulta com um oftalmologista para que ele faça uma avaliação mais detalhada e prescreva a terapia ideal.