A chegada da primavera nos brinda não apenas com temperaturas mais agradáveis, também as alergias oculares se fazem presentes nesta estação. Os dias começam a ficar mais longos, e as noites passam a ser mais curtas. A natureza nos brinda com árvores e flores exuberantes, frutas crescendo, pássaros cantando… Então, não há como negar que ela gera otimismo e disposição para as pessoas.
Entretanto, apesar de ela ser uma estação positiva, com um ar de recomeço, também é a estação em que as doenças alérgicas começam a incomodar muitas pessoas por causa da polinização. E é aí que começa o perigo da automedicação.
POR QUE AS ALERGIAS OCULARES SÃO COMUNS NA PRIMAVERA?
As queixas por alergias oculares costumam ser frequentes nesta época do ano. Muitas vezes, manifestam-se em pacientes que têm rinite, tosse alérgica, asma e dermatites. Os olhos, especialmente, costumam ser dos órgãos mais afetados.
As alergias são doenças crônicas recorrentes na primavera em razão de fatores desencadeantes como pólen, poeira e ácaros, por exemplo, presentes no ar. Como resultado, os principais sintomas são coceira, vermelhidão, lacrimejamento, sensação de areia nos olhos, sensibilidade à luz e edema palpebral.
Nesta época, as crianças, especialmente as que têm histórico de alergias, costumam estar mais suscetíveis. Adultos alérgicos, da mesma forma, também ficam com os olhos mais sensíveis. Na terceira idade, elas costumam diminuir, pois o sistema imunológico fica menos reativo.
Além disso, quem trabalha muitas horas em frente ao computador e em ambientes com ar condicionado tem tendência a sofrer com outra patologia comum na primavera, os olhos secos.
QUAIS SÃO AS DOENÇAS OCULARES MAIS COMUNS NESTA ÉPOCA?
As variações climáticas na primavera contribuem para o desenvolvimento de vários tipos de alergias oculares, como conjuntivites primaveril e viral.
CONJUNTIVITE ALÉRGICA SAZONAL : é a forma certamente mais comum de alergia ocular. As crises ocorrem em certas estações do ano e são desenvolvidas pela exposição ao pólen. A pessoa apresenta episódios sazonais de prurido, hiperemia conjuntival e hipertrofia papilar da conjuntiva palpebral superior, por exemplo.
CONJUNTIVITE ALÉRGICA PERENE: da mesma forma que a sazonal, porém crônica e com sinais e sintomas menos intensos. Ela ocorre ao longo do ano todo e, principalmente, acontece pela exposição a alérgenos perenes, normalmente domésticos, como o ácaro presente na poeira doméstica.
CERATOCONJUNTIVITE PRIMAVERIL: é uma afecção alérgica crônica bilateral da conjuntiva, mais frequente na primavera e no verão, em regiões de clima quente e seco. Afeta em especial meninos entre 2 e 10 anos de idade, mas costuma diminuir espontaneamente na puberdade. Antecedentes familiares da doença são frequentes. Entre os sinais e sintomas ocorrem, por exemplo, prurido, lacrimejamento, fotofobia e secreção na mucosa.
DERMATOCERATOCONJUNTIVITE ATÓPICA: é uma inflamação crônica e bilateral da conjuntiva e pálpebra. Embora as crises sejam mais frequentes no inverno, também podem acontecer na primavera. Atingem especialmente o sexo masculino, após os 40 anos de idade , ainda que tenham sido descritos casos em crianças. As crises acontecem por exposição a ácaro presente no pó doméstico e em pelos de animais principalmente. Os sintomas são intensos e caracterizados, por exemplo, pela presença de prurido, lacrimejamento, visão embaçada, fotofobia e descamação das pálpebras.
OS TRATAMENTOS PARA ALERGIAS OCULARES E OS PERIGOS DA AUTOMEDICAÇÃO
O tratamento indicado pelos oftalmologistas é a eliminação dos alérgenos. Nos casos leves, entretanto, devem ser feitas compressas geladas para aliviar o desconforto e a coceira.
No entanto, em alguns casos mais sérios de alergias oculares poderá ser receitada pelo médico a aplicação de colírios lubrificantes, vasoconstritores e antialérgicos tópicos. Nos casos graves, certamente a aplicação de corticoides tópicos pode ser necessária.
O mais importante a destacar é que nenhuma medicação deve ser utilizada sem orientação médica. A automedicação contribui para piorar quaisquer sintomas oculares, além de comprometer a visão. O uso incorreto dessa substância pode, além de retardar a melhora dos sintomas, aumentar a pressão intraocular – principal fator para desenvolver o glaucoma e desenvolver a catarata, por exemplo. Lesão na córnea, inflamação conjuntival e palpebral também podem ser consequências da automedicação, por exemplo.
PREVENÇÃO DAS ALERGIAS OCULARES NA PRIMAVERA
Em suma, algumas dicas são indicadas por oftalmologistas para tentar prevenir as doenças oculares :
– Identificar a causa da alergia;
-Evitar o consumo de alimentos potencialmente alergênicos, como frutos do mar, ovos, amendoins, entre outros, principalmente, para as crianças e idosos;
– Manter a casa limpa e arejada;
– Lavar com frequência lençóis, travesseiros, almofadas, cortinas, tapetes e bichos de pelúcia;
– Fazer limpeza frequente em aparelhos de ar-condicionado e ventiladores;
– Evitar ambientes com muita poeira ou fumaça;
– Utilizar umidificadores de ar, toalhas molhadas ou bacias de água em dias muito secos.
Entretanto, lembre-se, a melhor forma de prevenção para alergias oculares é a consulta ao oftalmologista. Ele é, certamente, o especialista adequado para identificar o problema e indicar o melhor tratamento.
