A Catarata Ocular é caracterizada pela perda progressiva da transparência do cristalino – uma espécie de lente natural do olho – que se torna opaco de forma lenta e progressiva, afetando significativamente a visão. Ou seja, quanto maior for a opacificação, maiores serão os problemas causados à acuidade visual. Como esta é uma doença silenciosa, nem sempre os sintomas aparecem de forma imediata, motivo pelo qual, em situações extremas, pode levar o paciente à perda da visão.
E o que é o cristalino? Esta lente natural do olho tem um papel importante na formação da imagem na retina, uma vez que permite a focagem dos objetos tanto de longe como de perto. Assim, havendo qualquer alteração na sua constituição, ocorrerá alteração na formação das imagens e, consequentemente, na visão do paciente.
Várias podem ser as causas da catarata, porém, as mais frequentes são o processo natural de envelhecimento a partir dos 45 anos e o aparecimento de sintomas de baixa visão a partir dos 60 anos.
Entretanto, é importante destacar que o desenvolvimento da catarata ocular nem sempre ocorre de maneira rápida, pode acontecer lentamente, demorando vários anos até que o paciente verifique o comprometimento significativo da visão. Isso significa que as consultas periódicas ao oftalmologista, especialmente após os 60 anos, são essenciais para garantir a sua qualidade de vida.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS DA CATARATA?
Os sintomas iniciais da catarata, como dito anteriormente, podem ser muito sutis num primeiro momento, agravando-se com o decorrer do tempo. A intensidade dos mesmos, nos olhos, vai depender do grau de opacificação do cristalino.
Habitualmente, seus sintomas são:
- Envelhecimento;
- Visão turva ou embaçada;
- Diminuição da sensibilidade às cores e ao contraste;
- Visão dupla num olho (diplopia monocular);
- Aumento da sensibilidade à luz (fotofobia);
- Alteração frequente dos erros refrativos, com mudança frequente de óculos;
- Diminuição da visão noturna.
TRATAMENTOS PARA CATARATA
Catarata não tem cura. A única possibilidade capaz de reverter o quadro é a cirurgia. Portanto, não há qualquer outro tipo de tratamento médico ou natural para a doença.
O tratamento mais utilizado atualmente é realizado por meio da cirurgia de emulsificação do cristalino por ultrassons. Isto é: a catarata é microfragmentada e aspirada por uma ponteira ultrassônica, procedimento chamado de facoemulsificação. Logo após a retirada do córtex e do cristalino danificado, implanta-se uma lente intraocular em seu lugar.
O procedimento cirúrgico leva em média 10 minutos e a anestesia é realizada com colírios tópicos (gotas). O paciente pode regressar à casa 30 minutos após o mesmo e, no dia seguinte, retomar suas atividades com alguns cuidados pós-operatórios.
Esse tipo de procedimento cirúrgico oferece enormes avanços, se comparado à técnica tradicional de reversão da catarata a laser. Esta é mais demorada, pode queimar a córnea e não atua em determinados tipos de cataratas como, por exemplo, as que apresentam certa dureza. Entretanto, aqui é preciso destacar que há confusão entre as duas técnicas; muitos acreditam ser a mesma, a qual denominam “cirurgia de catarata a laser”. No entanto, apenas a tradicional utiliza laser, enquanto a facoemulsificação realiza-se por meio de ultrassons.
A facoemulsificação é feita por meio de ultrassons de alta precisão, não necessitando de grande abertura corneana. Além disso, possibilita, num único procedimento, resolver problemas refrativos que o paciente apresente e libertá-lo do uso de óculos de grau. Motivos, entre outros, pelos quais é a técnica que tem sido mais desenvolvida em todo o mundo.
PÓS-OPERATÓRIO E RECUPERAÇÃO DO PROCEDIMENTO
Embora a cirurgia de catarata por facoemulsificação seja, de certa maneira, simples, alguns cuidados no pós-operatório são necessários para que tudo corra bem durante a recuperação, que é muito rápida.
Em geral, no pós-operatório, o paciente deverá utilizar colírios a fim de evitar infecções ou inflamações. Além disso,será preciso fazer repouso relativo, evitar esforços físicos nas primeiras 12 horas após a cirurgia.
Em relação à recuperação da visão, ela é quase que imediata. Em geral, leva de um a dois dias. Dependendo das condições do paciente, a retomada das atividades e dos compromissos diários pode se dar no dia seguinte ao procedimento.
Embora fatores hereditários possam levar ao desenvolvimento da catarata, existem alguns cuidados que podem contribuir para a prevenção da doença, retardando ou ainda evitando seu aparecimento. Entre os mesmos estão:
Não fumar nem fazer uso de bebidas alcoólicas;
Expor-se de maneira saudável ao sol, protegendo-se adequadamente e evitando a radiação ultravioleta;
No caso de ser portador de diabetes, manter os os níveis de açúcar controlados;
Consumir alimentos ricos em vitamina C e E, antioxidantes, como frutas, legumes e verduras in natura e também os que contenham Ômega-3, presente na maioria dos peixes de água doce e salgada;
Estar atento ao consumo de medicamentos para tratar outras doenças, especialmente os que contenham corticosteroides ;
Realizar visitas periódicas ao oftalmologista de sua confiança.
