A pandemia de Covid-19 provocou não apenas mudanças na rotina das pessoas, a partir do uso excessivo de dispositivos como celulares, tablets e computadores, como também influenciou na saúde da população.
De acordo com especialistas da BBC, o isolamento social fez com que as pessoas ficassem muito mais tempo frente aos computadores e celulares, seja para trabalho ou lazer.
A exposição frequente à luz azul das telas, provoca o envelhecimento acelerado dos tecidos oculares. Dessa forma, resulta um aumento do risco para DMRI (degeneração macular relacionada à idade) e para o surgimento precoce de catarata.
De acordo com o relatório Digital in 2020, divulgado pelo We Are Social e Hootsuite, o tempo online dos brasileiros no primeiro ano da pandemia foi de 9h17min. Muito acima da média global, de 6h43min.
Tal análise, confirmada pela Agência Nacional de telecomunicações, aponta aumento de 40% a 50% do uso da internet no Brasil logo no início da quarentena.
COMO O USO INTENSIVO DAS TELAS PODE AFETAR A SAÚDE OCULAR?
As telas iluminadas emitem o comprimento de onda de luz azul nociva. Tipo de onda que também é liberada através de iluminação artificial como, por exemplo, as luzes de LED, as quais emitem frequência luminosa parecida com a que recebemos ao meio-dia.
Essa forma de exposição pode causar confusão em nosso relógio biológico. Ao acender este tipo de lâmpada, ou ligar a tela de um celular na madrugada, por exemplo, o organismo entende que é hora de despertar. Apesar de mais frequente entre adultos economicamente ativos, os problemas que surgem a partir dessa “confusão biológica” podem se manifestar em qualquer idade.
O uso prolongado destes dispositivos tecnológicos, por mais de duas horas consecutivas, certamente traz como consequência o ressecamento dos olhos, em razão de piscarem metade das vezes do que deveria acontecer normalmente.
Entre os sintomas principais, por exemplo, aparecem desconforto, sensação de olho seco e ardência, imagens indefinidas ou duplas e cansaço no final do dia. Além disso, dificuldade de concentração, dores de cabeça e nas costas, estresse e mudanças de humor também são outros sinais. Os indivíduos que possuem miopia, hipermetropia, astigmatismo, e não usam óculos quando estão frente à TV ou ao computador, certamente, são mais afetados pela fadiga visual.
COMO EVITAR OS EFEITOS PREJUDICIAIS DO USO EXCESSIVO DE TECNOLOGIAS?
Passar tanto tempo exposto a ambientes com luz artificial e a equipamentos que emitem luz azul violeta, certamente acelera os danos às células que compõem a mácula – tecido sensível à luz – levando à perda gradual da visão.
As crianças são mais vulneráveis à emissão deste tipo de luz, porque têm acesso a todos os dispositivos tecnológicos. Elas já os incorporaram à rotina, inclusive durante os estudos. Seus olhos estão em desenvolvimento, uma vez que ainda não têm pigmentos que ajudam a filtrar uma parte dessa luz.
Uma opção para reduzir os danos oculares em quem usa demasiadamente dispositivos com este tipo de tela é o uso do recurso intitulado “night shift”, por exemplo . Tal recurso ajusta a temperatura da cor da tela e está presente na maioria dos aparelhos. Ao acioná-lo, a tela filtra a cor prejudicial, não comprometendo o sono e a mácula. Além disso, os óculos de grau com lentes modernas já possuem tecnologia para filtrar a luz azul violeta.
Entretanto, algumas atitudes simples, no dia a dia, podem ser tomadas para evitar o prejuízo ocular:
- Limite o uso de tecnologias no dia a dia e procure fazer outras atividades que não envolvam o universo online para se distrair e relaxar;
- Não use o celular na hora das refeições;
- Desligue as tecnologias pelo menos uma hora antes de dormir;
- Utilize a tecnologia ao seu favor com encontros online com amigos e familiares para sair da solidão e espairecer a mente;
- Faça exercícios físicos;
- Ensine às crianças os efeitos prejudiciais do uso das telas.