O glaucoma congênito infantil é uma doença rara, hereditária, caracterizada pelo aumento da pressão intraocular em crianças portadoras de má-formação nos olhos. Tal defeito impede que o líquido (humor aquoso) seja drenado de maneira apropriada da parte frontal do olho e, por isso, ocorre o aumento da pressão intraocular. Quando o diagnóstico não é realizado a tempo, a doença leva à cegueira irreversível.
Normalmente, pensa-se que o glaucoma é doença que acontece somente com adultos a partir dos 40 anos. No entanto, pode ser surpresa saber que cerca de 1 em cada 10.000 bebês nascem com glaucoma, segundo a Academia Americana de Oftalmologia. O glaucoma congênito infantil (presente desde o nascimento) pode atingir apenas um ou os dois olhos. A maioria dos casos na infância é primário, congênito ou infantil (desenvolvido entre 1-24 meses de idade). Grande parte das crianças é diagnosticada nos três primeiros anos de vida. Alguns casos de glaucoma primário podem ter um componente genético, mas a maioria ocorre em famílias sem histórico de glaucoma congênito.
Em crianças com idade inferior a 3 ou 4 anos, além da perda progressiva da visão, devido aos danos no nervo óptico, o olho com pressão elevada se expande, torna-se muito grande, o que poderá resultar em ambliopia (“olho preguiçoso”).
Quais são os sinais e sintomas de glaucoma congênito na infância?
Enquanto para a maioria dos adultos o glaucoma não apresenta sintomas, é uma doença silenciosa, para os bebês e crianças pequenas podem aparecer os seguintes sinais:
- Lacrimejamento excessivo, chamado epífora;
- Sensibilidade à luz;
- Piscar excessivo dos olhos, chamado blefaroespasmo, particularmente diante de luz brilhante;
- Olhos irritados e vermelhos;
- Olhos esbugalhados e grandes, sintoma particularmente perceptível quando o glaucoma ocorre em um olho apenas.
A verificação da presença de reflexo vermelho no bebê ( famoso “teste do olhinho”) indica a inexistência de doenças que geram opacidades de meio, tais como a catarata congênita, os tumores da infância, as doenças infecciosas, a retinopatia da prematuridade e o glaucoma da infância, quando se apresenta com alterações da córnea, como o edema. Um avanço na detecção precoce do glaucoma pediátrico foi a obrigatoriedade deste teste em alguns Estados e cidades brasileiras. Em 2010, a Agência Nacional de Saúde (ANS) reconheceu a necessidade de incluir este exame na rotina das maternidades privadas do Brasil.
Como se identifica o glaucoma infantil?
De acordo com pesquisas realizadas, dentre os glaucomas congênitos primários, apenas 25% deles se manifestam no período do pós-parto através do teste. Nos demais, os sintomas surgem até os três anos de idade. Assim, cabe ao pediatra, à família e ao oftalmologista observarem mudanças na transparência e/ou diâmetro corneano. O diagnóstico do glaucoma é feito por meio de exame dos olhos da criança, medindo sua pressão ocular.
Qual o tratamento do glaucoma na infância?
O tratamento do glaucoma consiste em reduzir a pressão no interior do olho para um nível normal, visando proteger o nervo ótico de danos permanentes. Na maioria das vezes, por tratar-se de crianças, o tratamento é realizado através de cirurgia para reduzir a pressão intraocular. Diversos procedimentos cirúrgicos diferentes estão disponíveis e somente o oftalmopediatra poderá indicar o melhor para o caso. Muitos pacientes necessitam de mais de uma cirurgia; já outros necessitam de tratamento, cirurgia e medicação para atingir uma faixa normal de pressão no olho. Cuidados e acompanhamento por parte dos pais e da equipe médica são necessários para se obter um bom resultado visual, após a redução da pressão.
Em suma, a prevenção e o tratamento nos primeiros dias de vida são o melhor remédio para evitar que a criança carregue, para sempre, as dificuldades de uma séria deficiência de visão. Gostaria de saber mais sobre o assunto? Marque uma consulta conosco! https://clinicazucchetto.com.br/conheca-nossas-especialidades/