Por definição, o coristoma ocular é uma massa de tecido normal, presente em localização anormal. É considerado lesão congênita comum, com pouco potencial de crescimento. Diferentemente das neoplasias (câncer), os coristomas não crescem, ou crescem muito pouco. Também difere de Hamartoma, o qual consiste no crescimento desorganizado de um tecido em localização normal.
TRÊS TIPOS DE CORISTOMAS OCULARES SÃO ENCONTRADOS NA CONJUNTIVA
Coristoma Ocular Dermoide Sólido Limbar
Compacto e unilateral, o Coristoma Ocular Dermoide Sólido Limbar é geralmente composto por pele, cabelo e / ou gordura e aparece no limbo inferotemporal. Em sua grande maioria, os cistos são superficiais e envolvem minimamente a córnea e a esclera, porém alguns tumores podem penetrar estas estruturas.
Existem dois tipos principais de dermoides que ocorrem nos olhos ou ao redor deles. O orbitário, normalmente é encontrado próximos aos ossos da cavidade ocular. Raramente este cisto pode causar perda de visão no olho afetado. Entretanto, há o risco de que possa se romper e causar uma reação inflamatória pela liberação de seu conteúdo. Por isso, há a recomendação de sua remoção.
Já o epibulbar, que é encontrado na superfície do olho, possui dois locais típicos. Um deles é na junção da córnea e da esclera, chamado de dermoide perilimbar. O outro é na superfície do olho, onde as pálpebras se encontram no canto temporal, que é chamado de dermolipoma. Nem sempre estes cistos precisam ser removidos, para isso é preciso acompanhamento constante da lesão com o oftalmologista. Às vezes, podem ser encontrados em pessoas com síndrome de Goldenhar, síndrome do nevo sebáceo linear e lipomatose encefalocraniocutânea.
Se necessária a remoção do coristoma ocular, a mesma se dá através de procedimento cirúrgico chamado Exérese. A cirurgia consiste em remover o tumor da córnea e esclera. Entretanto, para a excisão completa, geralmente é necessário transplante lamelar ou penetrante da córnea, o qual substitui as camadas anteriores da córnea e preserva as camadas internas, onde se encontra o endotélio. Coloboma de pálpebra pode ocorrer em associação com dermoides limbares.
Coristoma Ocular Dermolipoma
Dermolipoma é um tumor do tipo disgenético, raro, benigno, em geral presente ao nascimento ou nos primeiros anos de vida. Possui aspecto clínico característico, o que permite o seu reconhecimento sem dificuldade.Menos densos, os cistos contêm mais tecido adiposo que os dermoides sólidos. Os dermolipomas geralmente são assintomáticos, mas ocasionalmente a massa pode pressionar o globo e produzir astigmatismo.
São verdadeiros coristomas oculares, pois tecido gorduroso não é usualmente achado anteriormente ao septo orbital. Ocorrem tipicamente na conjuntiva bulbar temporal superior. Podem se estender do limbo à face posterior do globo ocular e órbita, entre os músculos retos superior e lateral. Por isso, deve-se ter muito cuidado na exérese cirúrgica, sendo esta usualmente feita apenas de forma parcial, retirando-se apenas sua porção anterior, devido ao grande risco de lesão das estruturas intraorbitais.
Dermoides ou dermolipomas bilaterais são encontrados em crianças com a Síndrome de Goldenhar (displasia oculoauriculovertebral).
Coristoma Ocular Complexo
Coristoma complexo é uma lesão congênita não hereditária que consiste em uma variável combinação de tecidos ectópicos como cartilagem, tecido adiposo, tecido muscular e glandular. Apresentam uma variação considerável, desde uma lesão pequena e minimamente sintomática, a uma lesão grande que envolve a conjuntiva e atinge uma porção da córnea. Clinicamente, lembram muito dermoides e dermolipomas.
O tratamento depende do tamanho, localização e efeitos mecânicos da lesão nas estruturas adjacentes.Quando formado por grande quantidade de tecido glandular, pode ser confundido com glândula lacrimal ectópica. Como tendem a invadir o globo ocular, sua exérese normalmente é necessária.
Em geral, os coristomas oculares são lesões expansivas mais comuns da órbita na infância e representam 6% dos tumores orbitários e 2% de todas as afecções da órbita. Geralmente diagnosticado na infância, mas pode ser diagnosticado em qualquer idade.