Doença muito comum em idosos – atinge cerca de 70% das pessoas acima dos 70 anos – a catarata, quando em estágio avançado, pode ser facilmente revertida com tratamento cirúrgico. Esta é uma patologia que torna o cristalino, a lente natural do olho, opaco. Dessa maneira, a visão do paciente passa a ser prejudicada, inclusive podendo levar ao estágio de cegueira.
A catarata não costuma se manifestar imediatamente, mas sim de forma gradativa. No estágio inicial da doença pode apresentar-se apenas como um incômodo ou uma dificuldade de visão. No entanto, com o passar do tempo esses sintomas se agravam prejudicando consideravelmente a acuidade visual.
Os principais sintomas da doença são: dificuldade na visão de formas e contornos de objetos e paisagens, sensação de visão opaca, visão dupla, sensação de visão com brilho do sol ou de lâmpadas, mudança na visão das cores.
QUAIS AS CAUSAS DA CATARATA?
Entre os diferentes tipos de catarata, o mais comum é a catarata senil, a que acomete idosos em razão do processo de envelhecimento natural do ser humano. Entretanto, a doença também pode acometer os mais jovens, por conta de traumas oculares como os causados por acidentes, de diabetes ou pelo uso de determinadas medicações como os corticoides, por exemplo. Além disso, também existe a chamada catarata congênita, que acomete bebês recém-nascidos ou crianças até os 10 anos. Esta tem como causa doenças transmitidas pela mãe ou problemas genéticos.
OS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS PARA REVERTER A CATARATA
Embora existam outras formas de tratamento para a catarata em estágios iniciais, quando em grau avançado, pode-se revertê-la apenas com procedimento cirúrgico. Isso porque é necessário retirar o cristalino danificado e substituí-lo por uma lente artificial intraocular (LIO), a qual passará a exercer a função do cristalino nos olhos. O procedimento é totalmente feito com o auxílio de equipamentos de alta tecnologia e precisão, em ambiente cirúrgico, e de forma pouco invasiva.
O avanço constante da tecnologia na área da oftalmologia moderna tem proporcionado novas técnicas eficazes e seguras para o tratamento da catarata nos pacientes. Frente a isso, são dois os métodos utilizados nas cirurgias de catarata atualmente: a cirurgia a laser e a facoemulsificação.
CIRURGIA A LASER
Nesse tipo de cirurgia, o cirurgião introduz uma cânula bem fina no globo ocular por meio de uma mínima incisão feita pelo laser com a finalidade de amolecer e romper o cristalino opacificado. Em seguida, os pedaços rompidos são aspirados e o oftalmologista insere uma lente intraocular (LIO) no local do que estava danificado.
A cirurgia dura em torno de dez a vinte minutos e é feita sob anestesia local, com o uso de colírios e sedação leve, sendo totalmente indolor. A liberação do paciente se dá no mesmo dia, com recomendações médicas para o pós-operatório.
As vantagens de se fazer um procedimento a laser é que a cirurgia se torna mais segura e confortável para o paciente, além disso os riscos de complicações são diminuídos.
FACOEMULSIFICAÇÃO
A cirurgia de catarata por facoemulsificação recebeu popularmente o apelido de “cirurgia de catarata a laser”. Porém, esta designação é incorreta, pois nela utilizam-se ultrassons e não o laser para a extração do cristalino danificado.
Os cirurgiões utilizam a técnica da facoemulsificação por se tratar de um procedimento seguro, prático, de baixo risco e indolor. No dia seguinte, o paciente já pode voltar à sua rotina, seguindo as instruções médicas para evitar infecções e inflamações.
Realiza-se o procedimento cirúrgico com ultrassons de alta precisão os quais partem de uma espécie de caneta inserida no globo ocular por meio de uma pequena incisão, de cerca de 2,75 mm, para quebrar o cristalino e o aspirar. Logo após, o médico implanta a nova lente que ficará no lugar do cristalino. Dura cerca de 15 minutos, sem a necessidade de internação. Após 30 minutos da realização do procedimento o paciente é liberado e deve repousar, evitando esforços físicos por cerca de 12 horas.
Após a incisão, ambos os procedimentos se assemelham, pois retira-se o cristalino e insere-se a nova lente intraocular. A diferença entre os mesmos está na forma de realizar a incisão: ou a laser ou com a caneta ultrassônica. Porém, independente da necessidade ou não de cirurgia, é muito importante manter consultas regulares ao oftalmologista de confiança. Dessa maneira, será possível acompanhar melhor sua saúde visual e, ao menor sinal da catarata, já iniciar o tratamento adequado.
