A catarata pode ser definida, de forma simples, como a opacidade ou o envelhecimento do cristalino – a lente natural do olho. A visão dos indivíduos que apresentam esta doença ocular costuma ser nublada, embaçada ou dupla. Além disso, ela ainda pode trazer dificuldades para dirigir à noite devido ao brilho dos faróis dos automóveis. Tudo isso pode impedir a realização de tarefas comuns do dia a dia, como dirigir um carro ou realizar leituras, por exemplo.
Embora inicialmente a catarata não represente um grande empecilho para as atividades diárias, porque se desenvolve lentamente, com o tempo pode levar a sérios problemas oculares, dificultando bastante a visão. A OMS (Organização Mundial de Saúde), afirma que ela é responsável por 51% dos casos de cegueira reversível no mundo. E aí está um ponto importante sobre o assunto; a catarata é reversível!
CAUSAS COMUNS DO SURGIMENTO DESTA DOENÇA OCULAR
Pode-se apontar entre suas causas:
- Envelhecimento (catarata relacionada à idade);
- Superexposição à radiação ultravioleta (UV);
- Diabetes (níveis de açúcar no sangue acima da faixa de segurança);
- Doença no interior do olho (glaucoma, retinite pigmentosa ou descolamento da retina);
- Uso prolongado de medicamentos esteroides;
- Raios-X frequentes;
- Histórico familiar;
- Vitrectomia (remoção do gel vítreo do olho) em pessoas com mais de 50 anos de idade;
- Lesão ocular;
- Nascer com catarata.
QUAIS OS TIPOS DE CATARATA?
CATARATA MAIS COMUM
A Catarata Relacionada à Idade, também conhecida como catarata senil, é o tipo mais comum da doença ocular. Ocorre em razão do envelhecimento natural do ser humano e está dividida em três grupos de acordo com sua localização:
- Cataratas nucleares: formam-se no centro da lente, deixando turvo ou opaco o núcleo do olho. Além disso, o centro do olho pode apresentar uma coloração amarela ou castanha;
- Catarata cortical : aparece na forma de cunha e em volta das extremidades do núcleo;
- Catarata subcapsular posterior : forma-se mais rapidamente do que os outros dois tipos anteriores e afeta a parte de trás da lente.
OUTROS TIPOS DE CATARATA
Cataratas Congênitas : como o próprio nome sugere, está presente desde o nascimento do bebê ou forma-se durante seu primeiro ano. Este tipo não é tão comum quanto o anterior e nem sempre apresenta sintomas. Costuma desenvolver-se no caso de a mãe apresentar algum tipo de infecção ou abusar de substâncias como álcool e drogas, por exemplo, durante a gravidez. A cirurgia de remoção é indicada quando a visão do bebê está muito prejudicada e ocorre entre as 6 semanas de vida e os 3 meses de idade.
Catarata Secundária : é a causada pelo uso de determinados medicamentos (esteroides, por exemplo) ou por doenças preexistentes, como o glaucoma e o diabetes.
Catarata Traumática : desenvolve-se, em geral, como consequência de uma lesão ou trauma no olho, causada por impacto de qualquer natureza como uma queda ou um acidente de automóvel. Nem sempre se manifesta de maneira imediata, pode ser que apareça tempos depois do ocorrido.
Cataratas de Radiação: o cristalino dos olhos é muito sensível aos efeitos da radiação, que, ao longo do tempo, mesmo em pequenas doses pode causar a formação da catarata. Um exemplo disso é a catarata que surge após o paciente ter passado por tratamento envolvendo radiação, como a quimioterapia e a radioterapia para tratar um câncer, por exemplo.
TRATAMENTOS POSSÍVEIS PARA A CATARATA
Conforme afirmado anteriormente, há tratamento para a catarata. Nos estágios iniciais da doença, costuma indicar-se o uso de óculos de grau e de luz mais forte para realização de leitura. Essas são medidas terapêuticas que podem ser utilizadas assim que se descobre o surgimento da catarata. Como ela é um tipo de doença ocular que se desenvolve lentamente, a prevenção acaba sendo o melhor tratamento. Por isso, fazer visitas regulares ao oftalmologista pode impedir o seu progresso.
Além disso, para um pequeno número de adultos e crianças portadores de catarata pode ser indicado o uso de colírios que dilatam a pupila. Porém, isso normalmente ocorre por um curto período de tempo, como forma de prevenir a perda de visão enquanto precisam aguardar para realizar a cirurgia.
E QUANDO A DOENÇA ESTIVER EM NÍVEL AVANÇADO?
Se a doença já estiver num grau mais avançado, a cura da catarata só é possível por meio de cirurgia que, atualmente, por conta dos avanços técnicos, tornou-se mais rápida (15 a 30 minutos) e segura. O procedimento é feito, inicialmente, com uma sedação leve, por via endovenosa. Logo após, o anestesista aplica a anestesia tópica por meio de um gel ou colírio anestésico. Só então é feita a substituição do cristalino turvo por uma lente artificial, feita sob medida e de acordo com a curvatura da córnea do paciente.
Libera-se o paciente no mesmo dia e com recomendações médicas a serem seguidas em casa, como por exemplo, evitar movimentos bruscos e inclinação da cabeça. Já nos dias seguintes, o mesmo deve aplicar os colírios e as pomadas recomendadas pelo médico oftalmologista para afastar qualquer risco de inflamação.
Se houver necessidade de fazer a cirurgia de catarata no outro olho, agenda-se um tempo depois da primeira para maior segurança do paciente.
