O glaucoma é uma doença silenciosa e grave que surge em decorrência do aumento da pressão intraocular. Em sua fase inicial, a doença causa diminuição progressiva da visão devido à morte de células da retina e danos estruturais do nervo óptico. No entanto, ela pode provocar cegueira irreversível ou perda de visão severa, se não for diagnosticada e tratada a tempo e de forma adequada.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o glaucoma é a segunda maior causa de cegueira do mundo. Considera-se como primeira a catarata. A diferença é que a cegueira causada pela catarata pode ser reversível, já o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível.
QUAIS AS PRINCIPAIS CAUSAS DO GLAUCOMA?
As causas de glaucoma podem ser de diversa ordem. Na maioria das vezes, está associado a valores de pressão intraocular acima dos níveis considerados normais, sendo este o principal fator de risco para a progressão dos danos da visão, inclusive podendo provocar cegueira.
O aumento da pressão intraocular ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção de humor aquoso (o líquido dentro do olho que fica entre a córnea e a íris) e sua drenagem. Tal desequilíbrio gera acúmulo de líquido dentro do olho, o que acaba aumentando a pressão intraocular e comprimindo as células nervosas do nervo óptico, podendo levar à morte destas células.
Além de estar relacionado ao aumento da pressão intraocular, ele também pode estar associado a algumas doenças como a diabetes (uma das principais causas do glaucoma), às infecções ou lesões oculares, ou ainda, a própria anatomia do olho, a fatores hereditários ou ao uso de certos medicamentos.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS DO GLAUCOMA?
Inicialmente a doença é assintomática, no entanto, com o evoluir do glaucoma, vão surgindo os primeiros sintomas. Os sinais mais frequentes são escotomas (manchas escuras), no campo visual periférico, que turvam a visão. Além destes, também são frequentes olhos vermelhos, olhos lacrimejantes, fotofobia, dor nos olhos ou ao redor deles, dor de cabeça, náuseas e vômito, dificuldade para enxergar no escuro, entre outros. Se não for tratado, pode levar à lesão permanente do nervo ótico, causando a cegueira incurável.
Os doentes com glaucoma ou suspeitos de terem a doença devem realizar vários exames para um correto diagnóstico. Os principais são o de campimetria e o OCT (tomografia ótica coerente), entre outros. Por isso, ao notar algum sinal de dificuldade visual, é importante marcar uma consulta com o oftalmologista que irá realizar o diagnóstico e orientar sobre os tratamentos possíveis. Glaucoma não tem cura, mas se detectado em sua fase inicial, poderá ter suas complicações minimizadas.
QUAL O TRATAMENTO PARA O GLAUCOMA?
Embora a doença não tenha cura, seu tratamento é capaz de reduzir ou estabilizar a pressão intraocular, evitando danos nas estruturas oculares, principalmente do nervo ótico.
Na maioria dos casos, o tratamento de glaucoma pode ser efetuado apenas com o recurso de colírios que permitem reduzir ou estabilizar a pressão intraocular, não sendo necessário, desta forma, qualquer tipo de tratamento cirúrgico.
Prevenir e tratar adequadamente doenças crónicas, como é exemplo a diabetes e as suas complicações nos olhos, é também um modo de evitar o glaucoma ou retardar a sua progressão.
Alguns doentes, no entanto, podem necessitar de tratamento cirúrgico de modo a reduzir a pressão intraocular. Neste caso, existem diferentes tipos de procedimentos de acordo com a necessidade de cada paciente.
CONHEÇA OS DIFERENTES TIPOS DE GLAUCOMA
Existem diferentes tipos de glaucoma que variam, principalmente, em função da causa e da gravidade da doença. Entre eles, os principais são quatro.
- Glaucoma de Ângulo Aberto: é o mais frequente no adulto, representando cerca de 80% dos casos. Neste tipo de glaucoma, o aumento da pressão intraocular é progressivo, a perda de visão e campo visual é constante. É um tipo de glaucoma assintomático (sem sintomas).
- Glaucoma Neovascular: nele estão presentes pressões intraoculares muito elevadas. Um dos sintomas é a dor e olhos vermelhos associados a processos inflamatórios. Este tipo de glaucoma ocular tem uma evolução rápida. Além disso, diversas doenças têm sido associadas ao glaucoma neovascular. Uma das principais é a diabetes que provoca lesões na retina. Este tipo de glaucoma é muito difícil de tratar.
- Glaucoma Agudo (ângulo fechado): a pressão intraocular aumenta de forma abrupta. Os sintomas e sinais incluem, hipovisão, olho vermelho e dor ocular intensa, capaz de provocar crises de náuseas e vómitos. Quando isto acontece, estamos diante de uma situação de urgência clínica.
- Glaucoma Congênito: é quando a criança já nasce com a doença que é diagnosticada facilmente, já que é visível o aumento do globo ocular com a córnea aumentada e turva. Estas anomalias decorrem de um aumento de pressão intraocular na gestação ou durante os primeiros seis meses de vida. Os sinais e sintomas incluem olhos vermelhos, olhos lacrimejantes e fotofobia. Quando não tratado, é uma das principais causas de cegueira infantil e juvenil.
Ainda não há cura para o glaucoma. No entanto, para evitar a perda da visão causada pela doença é imprescindível realizar o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Para isto, é primordial consultar regularmente ao oftalmologista e, em caso de diagnóstico da doença ocular, usar corretamente as medicações prescritas pelo médico.