A volta às aulas presenciais nas escolas públicas e privadas no Brasil ocorre desde fevereiro de 2022. Entretanto, esse retorno está sendo motivo de divergência de opinião em razão da pandemia de covid -19 que ainda assola o país.
De acordo com levantamento da Agência CNN, 17 capitais e o Distrito Federal decidiram retomar ou manter as aulas totalmente presenciais. O esquema híbrido (aulas presenciais e online) será adotado em casos específicos como para alunos com comorbidades. No que se refere à exigência ou não do esquema vacinal há distintas posições entre estes locais. Fato é que nenhum aluno será impedido de frequentar as aulas.
A VACINAÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO RS SERÁ OBRIGATÓRIA NA VOLTA ÀS AULAS?
A Lei Brasileira nº 13.979/2020 estabelece a vacinação como uma das medidas obrigatórias para o enfrentamento da pandemia. Após a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que os órgãos competentes tomassem as medidas necessárias para que fosse cumprida a vacinação de crianças e adolescentes contra a Covid-19 em todo país.
No Rio Grande do Sul, especificamente, a Defensoria Pública do Estado considerou a obrigatoriedade da vacinação, especialmente na volta às aulas e orientou que a população buscasse a imunização das crianças. No entanto, as instituições de ensino não devem recusar a matrícula ou a frequência das crianças às aulas caso não estejam com o esquema vacinal completo.
Para os casos de crianças e adolescentes que não foram vacinados, a regra é que a direção da escola solicite aos pais a realização da imunização dos filhos, dando-lhes um prazo de 60 dias para apresentação da carteira de vacinação regularizada. O não cumprimento da determinação será comunicado ao Conselho Tutelar para que este tome as devidas providências e a reparação de direitos, sem quaisquer prejuízos à efetivação da matrícula.
É importante lembrar que a Lei Estadual nº 15.409/2019 determina a apresentação obrigatória da carteira de vacinação dos alunos no ato de suas matrículas ou rematrículas nas escolas públicas e privadas. E isso não significa apenas a obrigatoriedade da vacina contra a covid-19, mas sim todas as que são recomendadas pelos órgãos governamentais.
SOMENTE A VACINAÇÃO É IMPORTANTE PARA A VOLTA ÀS AULAS?
Sem sombra de dúvidas, estar com as vacinas regularizadas é muito importante para todas as crianças e jovens que retornam às aulas, especialmente neste momento que ainda exige cuidados. Entretanto, outra questão que deve ser observada com atenção é a saúde ocular dos estudantes.
Cerca de 10% das crianças em idade escolar, no mundo, apresentam deficiência visual, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Já no Brasil, de acordo com estimativas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam algum problema de visão, o que pode afetar diretamente a aprendizagem das mesmas.
PROBLEMAS OCULARES QUE AFETAM A APRENDIZAGEM ESCOLAR
Entre os problemas oculares mais comuns, nesta faixa de idade, além das conjuntivites, estão as ametropias (a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo). Estas são erros de refração que distorcem a visão, fazendo com que as imagens captadas não se formem de maneira correta nas retinas.
Um dos sinais de que há algum tipo de refração, que pode ser percebido pelos pais ou na própria escola, é a criança ter dificuldades de leitura e escrita. Dessa forma, o desempenho da mesma fica comprometido, gerando desinteresse e pouco aproveitamento das aulas. Neste espaço, o professor pode ser um grande aliado dos pais na hora de avaliar a perspectiva de visão dos pequenos.
Além das dificuldades percebidas nas atividades de escola, também pode haver constantes queixas de dores nos olhos, olhos vermelhos, dificuldade para enxergar ou ler franzindo a testa, por exemplo. Normalmente, os erros de refração são amenizados através do uso de óculos e lentes especiais que são produzidas de acordo com o grau de distorção da visão do paciente.
DOENÇAS OCULARES QUE PODEM SER DETECTADAS ANTES DA VIDA ESCOLAR.
Existem outras doenças oculares capazes de prejudicar a visão das crianças e que podem ser detectadas antes da idade escolar. Isso se dá graças ao “teste do olhinho”, principal exame obrigatório, na rede pública, que é feito logo após o nascimento do bebê, ainda na maternidade. Nele, o médico observa o reflexo no fundo dos olhos do recém-nascido.
Este exame é capaz de detectar doenças mais graves como retinopatia da prematuridade , catarata congênita, descolamento e retinoblastoma, por exemplo. A partir de então, o mesmo deve ser repetido. Por isso, a recomendação médica é que os pais levem seu filho ao oftalmologista, periodicamente, ao longo da primeira infância .
SINTOMAS QUE EVIDENCIAM PROBLEMAS OCULARES EM CRIANÇAS
Detectar o problema ainda na infância é fundamental para garantir o bom aprendizado dos pequenos e evitar lesões mais graves no futuro. O diagnóstico precoce é capaz de evitar, por exemplo, a ambliopia, mal que pode causar, inclusive, a perda da visão.
Por isso, é necessário que pais e professores fiquem atentos à possibilidade de a criança estar com doenças de visão. Nem sempre ela consegue verbalizar seu problema. Na volta às aulas, pois, havendo sinal de que algo não está bem na visão da criança, é importante buscar auxílio médico o quanto antes.
Entre os sintomas mais frequentes de males na visão dos pequenos estão:
- queixar-se ou ter dificuldade para enxergar o quadro na escola;
- escrever com letras tortas e/ou grandes demais para a idade;
- demonstrar falta de atenção às aulas;
- necessitar aproximar o caderno dos olhos quando vai escrever;
- ao assistir à TV, ficar muito perto do aparelho;
- esfregar os olhos constantemente;
- franzir a testa ao ler;
- ter frequentes dores de cabeça e olhos vermelhos.
