Recentemente, nas redes sociais em geral, Tiago Leifert e sua esposa Daiana Garbim divulgaram um tipo de câncer raro em sua bebê de apenas 1 ano e 3 meses, Lua – o Retinoblastoma. O casal resolveu divulgar o fato sobretudo como forma de incentivar a prevenção deste tipo de tumor infantil.
Casualmente, no último dia 04 de fevereiro, comemorou-se O Dia Mundial do Câncer, uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS). A data tem como objetivo ampliar campanhas de conscientização e promover a educação mundial acerca da doença, além de influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controle do câncer.
Importante destacar que o câncer pode surgir em qualquer parte do corpo. No entanto, alguns órgãos são mais afetados do que outros. Além disso, cada órgão pode ser acometido por diferentes tipos de tumor, mais ou menos agressivos. Muito se divulga sobre o câncer em adultos, entretanto ele também pode acometer crianças desde cedo. Entre eles, temos o Retinoblastoma.
O QUE É RETINOBLASTOMA?
O retinoblastoma é um tumor maligno que se origina das células da retina, a parte do olho responsável pela visão, e que afeta um ou ambos os olhos. Geralmente pode ocorrer em crianças antes dos 5 anos de idade, por isso é o câncer intraocular mais comum na infância. Tal doença ocular afeta um em cada 20 mil nascidos vivos.
Existem três tipos de retinoblastoma:
– unilateral: afeta um olho e representa entre 60% e 75% dos casos. Destes, 85% são da forma esporádica da doença. Por outro lado, os demais são casos hereditários;
– bilateral: afeta os dois olhos, quase sempre é hereditário e costuma ser diagnosticado bem mais cedo do que o unilateral;
– PNET (tumor neuroectodérmico primitivo) ou retinoblastoma trilateral: ocorre quando um tumor associado se forma nas células nervosas primitivas do cérebro. Este tipo só atinge crianças com retinoblastoma hereditário bilateral.
CONHEÇA OS SINAIS E SINTOMAS DESTE TIPO DE TUMOR OCULAR.
A maioria dos casos de retinoblastoma ocorre sem causa específica. A principal manifestação deste tipo de tumor é um reflexo brilhante no olho doente, semelhante, por exemplo, ao brilho dos olhos de um gato quando iluminados à noite.
Além disso, as crianças acometidas por ele podem, ainda, ficar estrábicas, apresentar vermelhidão, dor e inchaço nos olhos, ter fotofobia (sensibilidade exagerada à luz), apresentar dificuldade visual ou perder a visão.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
A suspeita de retinoblastoma, em geral, pode ser feita em casa pelos pais ou familiares da criança, posteriormente é necessária a confirmação médica. Por isso, é feita a recomendação do teste do reflexo vermelho em consultas já na infância. Dessa forma, há maior rapidez no diagnóstico de várias causas de cegueira em crianças, inclusive o retinoblastoma.
Por outro lado, se outras pessoas da família já tiveram o tumor, a recomendação é a de que as crianças devem ser examinadas por um oftalmologista experiente desde a hora do nascimento, e durante os primeiros anos de vida, para que o diagnóstico seja o mais precoce possível e se inicie o processo de tratamento. Todos os pacientes devem passar por estudo de aconselhamento genético para identificação de casos que são hereditários.
Normalmente, os casos podem ser diagnosticados por médicos experientes através de exame do fundo de olho com a pupila dilatada e sob anestesia geral; comumente, não se realizam biópsias.
Os estudos de imagem também podem ajudar no diagnóstico. Entre eles, incluem-se ultrassonografia bidimensional, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM).
QUAL O TRATAMENTO REALIZADO PARA O DIAGNÓSTICO DE RETINOBLASTOMA?
Métodos especiais, como laserterapia e crioterapia, são os indicados para o tratamento de tumores pequenos, pois permitem que a criança continue a enxergar normalmente. Para os casos mais avançados, pode haver a necessidade de o olho acometido precisar ser retirado e a criança necessitar de quimioterapia e/ou radioterapia durante o tratamento.
Em relação ao prognóstico, tudo dependerá, fundamentalmente, da extensão da doença quando feito o diagnóstico. A boa notícia é a de que mais de 90% dos casos detectados ainda em seu estágio inicial são curáveis e, o principal, com preservação da visão na maioria dos casos. Portanto, não deixe de levar seu filho às consultas regulares com o oftalmologista, especialmente se perceber que algo não está bem com sua saúde ocular.