O mês de dezembro é marcado por muitas datas que são significativas, dentre elas o dia 13. Antes era chamado de Dia Nacional do Cego, conforme Decreto de Lei nº 51.405, de 26 de julho de 1961, pelo então presidente do Brasil, Jânio da Silva Quadros. Posteriormente passou a ser chamado de Dia da Pessoa com Deficiência Visual.
Esta mudança na nomenclatura deve-se ao fato de que as pessoas perceberam um equívoco na interpretação dos termos, uma vez que deficiência visual não se trata apenas de cegueira, mas também de baixa visão. A escolha desta data é uma homenagem à santa católica protetora dos olhos, Santa Luzia.
Antes de tudo, a data também tem o intuito de chamar a atenção das pessoas para a prevenção e diagnóstico das doenças oculares. Algumas patologias, certamente, podem ser revertidas com tratamento adequado desde que descobertas prematuramente.
DEFICIÊNCIA VISUAL E BAIXA VISÃO – QUAL A DIFERENÇA?
Deficiência visual é a perda total ou parcial da capacidade visual em um ou ambos os olhos, que não pode ser melhorada ou corrigida com o uso de lentes, tratamento clínico ou cirúrgico. A cegueira é um comprometimento que vai desde a total ausência de resíduo visual à percepção de vultos e luminosidade. Sua causa pode ser originada, por exemplo, com o nascimento (congênita) ou adquirida ao longo da vida.
As causas principais para a cegueira na população adulta são, por exemplo, doenças como glaucoma, retinopatia diabética, atrofia do nervo óptico, retinose pigmentar e degeneração macular relacionada à idade (DMRI).
Por outro lado, pessoas com baixa visão possuem uma condição intermediária entre a cegueira e a possibilidade de enxergar completamente. Entre os pacientes com baixa visão existem os que apresentam dificuldades para verificar objetos distantes; assim como outros com o campo visual restrito; além disso, há aqueles que têm dificuldade com a distinção de determinadas cores ou que apresentam sensibilidade exagerada à luz. Percebe-se, portanto, que existem diferenças entre as condições visuais Por isso, cada caso deve ser tratado de maneira individual.
Conforme dados do censo demográfico do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – de 2010, 18,6% da população brasileira possui algum tipo de deficiência visual. Desse total, 6,5 milhões apresentam deficiência visual severa, sendo que 506 mil têm perda total da visão (0,3% da população) e 6 milhões, grande dificuldade para enxergar (3,2%).
O QUE SÃO ERROS DE REFRAÇÃO?
Os portadores de doenças como miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia não são considerados deficientes visuais, uma vez que tais patologias são erros de refração. O erro refrativo ou vício de refração acontece quando a luz não chega com nitidez à retina. Existem três causas conhecidas, são elas:
- Tamanho do globo ocular;
- Irregularidades na córnea;
- Opacidade dos meios ópticos.
Entre os sintomas mais comuns podem ocorrer desconforto nos olhos, dores de cabeça e dificuldade de focalizar objetos e ler. Dependendo do erro refrativo, como resultado, o paciente poderá sentir dificuldade para enxergar de perto e/ou de longe.
COMO DIFERENCIAR OS ERROS DE REFRAÇÃO?
Miopia: na visão míope, a córnea é muito curva, fazendo com que a imagem captada focalize-se antes da retina, provocando distorção das imagens distantes, ou seja, as pessoas míopes enxergam bem de perto, mas a visão para longe é ruim.
Hipermetropia: na visão hipermetrope, a córnea é muito plana ou o olho é menor do que o normal, fazendo com que a imagem captada se focalize depois da retina e, como resultado, provoque distorção das imagens de perto. Se a hipermetropia for mais elevada, por exemplo, pode também ocorrer dificuldade para enxergar de longe.
Astigmatismo: na visão com astigmatismo, a córnea tem um formato irregular e apresenta ângulos diferentes, fazendo com que a imagem captada focalize-se em vários pontos da retina. Dessa forma, provoca distorção das imagens de longe e de perto.
Presbiopia: também chamada de vista cansada, acontece quando o cristalino (lente natural do olho) envelhece naturalmente. Isso ocasiona redução gradativa da visão para perto, assim faz com que as pessoas afastem os objetos do olho para enxergar melhor. Esse problema, geralmente, manifesta-se após os 40 anos de idade.
Portanto, a prevenção é a maior arma contra as doenças oculares. Quanto mais cedo houver o diagnóstico, maiores serão as chances de sucesso do tratamento e de cura, afastando o risco de perda de visão. Por isso, ao notar qualquer sinal ou sintoma de dificuldade visual, agende uma consulta com seu oftalmologista.
