O olho, enquanto principal estrutura contida na órbita, pode sofrer diversas patologias, entre elas as doenças orbitárias. Estas são tumores, inflamações, infecções e traumatismos que afetam o globo ocular , de forma direta ou indireta.
E o que é a órbita? Ela é a cavidade do esqueleto da face na qual o globo ocular fica alojado. Além dos olhos, outras estruturas também importantes como nervo óptico, músculos oculares, glândula lacrimal, bem como vasos sanguíneos também a compõem.
QUAIS SÃO AS DOENÇAS ORBITÁRIAS QUE AFETAM O GLOBO OCULAR?
Entre as diversas doenças que afetam a órbita ocular, algumas são de fácil tratamento e outras necessitam de um cuidado mais complexo. Em razão disso, é importante conhecê-las para que se busque alternativas de tratamento o quanto antes.
Apesar de todo tipo de patologia causar preocupação, entre as doenças orbitárias, algumas podem ser tratadas sem grandes apreensões. Entre elas:
• Doença de Graves;
• Hemangioma cavernoso ;
• Hemangioma capilar;
• Pseudotumor inflamatório da órbita;
• Fratura da órbita.
Doença Orbitária de Graves
A principal doença orbitária que afeta as estruturas da órbita (inclusive os olhos) é a doença de Graves. Ela pode ocorrer principalmente em pacientes que sofrem de hipertireoidismo (hiperfunção da glândula tireoide) durante ou após o início da disfunção da tireoide. Além disso, costuma ser mais comum em mulheres.
A princípio, o diagnóstico de Orbitopatia de Graves é feito clinicamente. Os sinais e sintomas mais comuns, por exemplo, são olhos vermelhos, ardência, diplopia ( visão dupla ) , pálpebras retraídas ( mais abertas ), estrabismo e proptose ( olho para frente ). Raramente, pode ocorrer compressão do nervo óptico. Certamente, o exame de imagem é necessário para confirmar o diagnóstico.
O tratamento, acima de tudo, deve priorizar o controle do hipertireoidismo. A terapia com corticoides pode ser usada na fase aguda da doença, além de outras medicações. Contudo, caso o tratamento clínico não dê resultado, o tratamento cirúrgico pode ser indicado. No entanto, o mais importante é o acompanhamento médico oftalmológico de rotina de 6/6 meses ou anualmente, inclusive com o médico endocrinologista.
Hemangioma Cavernoso
O hemangioma cavernoso da órbita é uma patologia benigna a qual pode se desenvolver em adultos acima dos 40 ou 50 anos. Além disso, 70% dos casos ocorrem em mulheres. Em princípio, é um dos tumores mais comuns que pode se desenvolver em qualquer região orbitária, geralmente logo atrás do bulbo ocular.
Entre seus sintomas, por exemplo, pode-se citar a proptose (olho saltado) e o desconforto ocular. Em virtude de crescimento do tumor, poderá ocorrer baixa visual, edema da papila, defeito de campo visual, dobras de coroide e até aumento da hipermetropia. Devido às complicações, certamente é necessária a cirurgia que é minimamente invasiva, rápida e com recuperação satisfatória.
Hemangioma Capilar Orbitário
O hemangioma capilar da órbita é o tumor vascular benigno mais frequente na infância e em meninas. Surge como resultado de uma má-formação das células dos vasos capilares. Em 90% dos casos, localiza-se na órbita anterior, e normalmente tem repercussão palpebral visível. Pode ser circunscrito, mas frequentemente envolve as várias estruturas orbitárias (músculos óculo-motores, nervo óptico, glândula lacrimal, etc.).
Tais tumores crescem de forma rápida desde o nascimento. A grande maioria torna-se visível, sobretudo, nas duas primeiras semanas de vida da criança. Entretanto, tendem a estabilizar o crescimento nos dois primeiros anos e, depois, normalmente regridem espontaneamente, nos anos seguintes, até os 7 anos.
Em geral, estes tumores não requerem tratamento, uma vez que acabam regredindo espontaneamente. Os principais objetivos do tratamento do hemangioma capilar, caso seja necessário, são a prevenção das complicações oftalmológicas, bem como a resolução de deformidades estéticas importantes.
Na escolha do tratamento, acima de tudo, deve-se levar em conta a idade da criança, a dimensão da lesão, o seu grau de extensão e a presença de complicações ( ambliopia e compressão de estruturas orbitárias). O tratamento pode ser com medicação tópica ou oral, laser e/ou cirurgia.
Pseudotumor Inflamatório de Órbita
Inflamação idiopática da órbita, também conhecida como pseudotumor de órbita, é a doença inflamatória que mais comumente afeta a órbita. Da mesma forma, ela também pode estar associada a outras doenças como fístula carótida-cavernosa, meningite idiopática, doenças reumatológicas ou síndrome de Tolosa Hunt.
Os sinais e sintomas desta patologia, certamente , são dor aguda e súbita com edema e eritema da pálpebra (vermelhidão). Além disso, proptose, visão dupla e perda da visão também podem ocorrer.
O tratamento vai depender da causa-base e do tipo de inflamação. Assim sendo, poderá incluir o uso de corticoides, radioterapia e vários imunomoduladores.
Fratura de Órbita – o Assoalho Orbitário e As Doenças Orbitárias
O assoalho orbitário é uma fina placa óssea que fica localizada abaixo dos globos oculares, dando sustentação àquelas estruturas. De formato convexo e extremamente fino, exerce importante papel anatômico de autoproteção às estruturas oculares durante os traumatismos faciais. Por ser extremamente delgado, o assoalho orbitário sofre fraturas facilmente durante eventos acidentais ou violentos, aliviando a pressão interna na cavidade ocular, o que do contrário poderia levar a danos oftálmicos irreversíveis, por exemplo.
Entre os sinais da fratura da órbita, percebe-se que os globos oculares perdem a simetria e podem causar visão dupla ao paciente. Além disso, podem ocorrer edemas, hematoma e hemorragia subconjuntival (aspecto de “olhos vermelhos”).
Os exames por imagem, em conformidade com o exame clínico, fornecem importantes subsídios ao cirurgião bucofacial e norteiam sua conduta, que pode variar de tratamentos conservadores até a reconstrução das paredes orbitárias com micro-telas e micro-parafusos de titânio.
Certamente, as visitas regulares ao oftalmologista são fundamentais para identificar tais doenças orbitais a tempo e dar início ao tratamento proposto. Neste post, foram descritas algumas que nem sempre trarão consequências graves, mas nem por isso merecem menos atenção. Em suma, a prevenção sempre é o melhor caminho!
Posteriormente, serão descritas outras doenças orbitárias que merecem atenção redobrada!