De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a demência é uma síndrome que consiste na deterioração da memória, do pensamento, do comportamento e da capacidade de realizar atividades cotidianas.
Caracteriza-se por um conjunto de sintomas os quais afetam a qualidade de vida do indivíduo, acarretando problemas cognitivos e, inclusive, sua linguagem e comportamento. Entre fatores de risco para o desenvolvimento da demência senil encontram-se, por exemplo, idade, histórico familiar de demências e síndrome de Down. Está associada ao envelhecimento na maioria das vezes.
TIPOS E CAUSAS DA DEMÊNCIA SENIL
As síndromes demenciais senis são classificadas como irreversíveis e reversíveis.
- Demência Reversível: são as causadas por fatores externos (do ambiente) ou internos (metabólicos ou estruturais) e, após tratamento adequado, podem ser revertidas. Seus sintomas têm seu início e o desenvolvimento de forma súbita. São exemplos de doenças: tumores cerebrais, baixos níveis de vitamina B12, abuso crônico do álcool, traumatismo craniano, doença de Parkinson, esclerose múltipla, etc.
- Demência irreversível: relacionada à presença de doenças degenerativas – quadro em que a perda da função cerebral se deteriora com o passar do tempo, sem a possibilidade de retorno total de sua capacidade, como o Alzheimer e demência vascular (resultante de AVC), por exemplo.
SINTOMAS E TRATAMENTO DE DEMÊNCIA SENIL
Embora os sinais de demência senil variem, dependendo da causa, os mais comuns incluem: perda de memória, dificuldade de planejar e executar tarefas, problemas com a fala e a escrita, alteração do humor, dificuldade em compreender informações, desorientação sobre lugar e espaço, apatia, perda ou diminuição temporária de algumas habilidades cognitivas e motoras,etc.
Para a maioria das demências, não há cura nem tratamento capaz de diminuir ou interromper sua progressão. No entanto, alguns medicamentos podem reduzir e controlar, ainda que temporariamente, os sintomas. O tratamento costuma ser mais efetivo ao iniciar em seus primeiros estágios. A escolha do mesmo dependerá da causa da doença e será orientado pelo médico. Há casos que necessitam de internação por um curto período de tempo.
RELAÇÃO DA DEMÊNCIA COM A PERDA VISUAL
Sabe-se que o envelhecimento traz consigo alguns entraves, como o declínio da visão e da audição, sem que isso seja considerado um problema significativo. Entretanto, já existe estudo que relacionou essas perdas às chances de desenvolvimento da demência senil.
Um estudo publicado em 2021, realizado por pesquisadores do Departamento de Epidemiologia da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, afirma que cerca de 33% das pessoas com mais de 70 anos apresentam perda auditiva, enquanto a perda de visão afeta por volta de 18% da população na mesma faixa etária. Os cientistas acreditam que o avanço de tais perdas está intimamente relacionado à perda de funcionalidade e à taxa de mortalidade entre os idosos.
Em suas argumentações, apontam que essas deficiências específicas resultam de processos físicos semelhantes aos que causam demência. Além disso, afirmam que a perda de audição e da visão podem levar o idoso ao isolamento social, à depressão e à inatividade física. Fatores estes que, em conjunto, podem levar à demência.
A conclusão aponta que os indivíduos com tais perdas tinham quase duas vezes mais probabilidade de desenvolver demência do que os sem tais deficiências. Também comprova que o maior risco de desenvolver demência senil está relacionado à gravidade da deficiência visual e auditiva: quanto mais grave, maior o risco. O desenvolvimento do Alzheimer é mais provável em idosos com tais declínios.
OS EXAMES OCULARES E A DETECÇÃO DO ALZHEIMER
Sabe-se que o Alzheimer ainda é um problema que não tem cura e que dar início ao seu tratamento, assim que diagnosticada a doença, pode prolongar a memória e a qualidade de vida da pessoa.
Nesse sentido, outro estudo realizado por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Washington (EUA), pode ser fundamental na detecção da doença precocemente. O estudo, publicado no periódico JAMA Ophthalmology, revela que com exames oculares como uma angiografia por tomografia de coerência óptica (OCT) ou com um exame de vista simples pode-se identificar o Alzheimer em indivíduos que ainda não apresentam sintomas da doença. Dessa forma, antecipa-se seu tratamento e posterga-se seus danos.