Você está com a sensação de areia nos olhos, de queimação ou lacrimejamento? Estes são alguns dos sintomas da Conjuntivite, a inflamação na membrana que reveste a parte frontal dos olhos e o interior das pálpebras. Em todos os tipos de conjuntivite, o olho afetado fica avermelhado, por isso esta característica é uma das causas mais comuns das idas aos consultórios oftalmológicos.
Apesar de mais frequente no verão devido ao calor, suor e tempo seco, engana-se quem pensa que ela não aparece nas outras épocas do ano. No inverno, o tempo também fica seco e o aumento do contato com ácaros favorece o surgimento da conjuntivite. Da mesma forma, o problema também pode ser causado pela aglomeração de pessoas em ambientes fechados.
O que é a Conjuntivite?
A conjuntivite é a inflamação da membrana que cobre a esclera, a parte branca dos olhos, causando formação de secreção, vermelhidão e sensação de corpo estranho. A presença e a intensidade de cada um destes sintomas, certamente depende da causa da conjuntivite, que pode ser viral, bacteriana, alérgica e tóxica.
Infecção por vírus (viral)
- Conjuntivite por adenovírus: a conjuntivite causada pelo adenovírus pode deixar cicatriz na córnea e, em alguns casos, leva a marcas irreversíveis. No caso das conjuntivites virais, é importante perceber se a visão está embaçada, certamente sinal da presença do adenovírus, contraído pelo contato com secreções, dedos ou algum objeto contaminado, como toalhas e instrumentos. Além disso, a infecção pode ser transmitida também pelo ar ou pela água. O acompanhamento oftalmológico é imprescindível nestes casos.
- Conjuntivite por herpes: o herpes simples, apesar de ser comum na boca da maioria das pessoas, é capaz de provocar conjuntivites que podem atacar a córnea e outras estruturas do olho, causando cegueira. Caso o paciente tenha episódios de herpes ao longo de sua vida, esta é uma importante informação a ser levada ao oftalmologista, a fim de que ele avalie as possíveis causas de conjuntivite.
Atualmente, em razão da epidemia que estamos vivenciando, alguns casos de conjuntivite pelo novo Coronavírus também foram relatados. Então, passam a fazer parte do diagnóstico das conjuntivites virais. Entre seus sintomas destacam-se coceira, lacrimejamento e olhos vermelhos, por exemplo.
Infecção por bactéria (bacteriana)
A conjuntivite aguda bacteriana é reconhecida pela vermelhidão, secreção aquosa, mucosa ou purulenta. As bactérias que já estão nas pálpebras e nos cílios atacam o olho causando vermelhidão, secreção abundante, lacrimejamento e coceira. Sua evolução é rápida, mas também ligeiramente controlada com a administração de colírios antibióticos. Um dos exemplos comuns deste tipo de conjuntivite é o que se manifesta em pessoas que usam lentes de contato e não as cuidam adequadamente no que se refere, em especial, à higiene das lentes.
Conjuntivite Neonatal: importante ressaltar os dois tipos de conjuntivite presentes no momento de a criança nascer:
- conjuntivite neonatal por clamídia tracomatis – um agente infeccioso que pode estar contaminando a mãe. Durante o parto normal, o bebê pode se contaminar na passagem do canal vaginal. Como resultado, a criança contaminada apresenta, secreção nos olhos entre cinco a quatorze dias após o nascimento. É importante o diagnóstico desta doença precocemente, pois este tipo de conjuntivite pode progredir, deixando cicatrizes oculares, ou também espalhar-se para os pulmões do bebê, provocando pneumonia.
- conjuntivite gonocócica – aparece nos pacientes portadores de Gonorreia. Esta bactéria tem um comportamento agressivo, capaz de perfurar o olho se não diagnosticada e tratada com antibiótico rapidamente. Sua frequência é assustadora, pois o número de atingidos tem aumentado consideravelmente devido ao descuido no que se refere à prevenção das doenças sexualmente transmissíveis. O colírio de Nitrato de Prata, embora possa irritar o olho do bebê, é capaz de eliminar o gonococo logo no nascimento, já que a criança pode ser infectada pela bactéria ao nascer.
Conjuntivite Alérgica (não infecciosa)
A conjuntivite alérgica acomete, principalmente, as crianças pequenas e os adultos que apresentam quadros de alergia. O principal sintoma deste tipo de conjuntivite é a coceira ocular intensa, que pode propiciar o aparecimento de outras doenças oculares como o deslocamento de retina e o ceratocone, por exemplo. Além da coceira mais intensa, também podem ocorrer lacrimejamento, olhos vermelhos e sintomas alérgicos como espirros e coriza.
O clima seco e a poeira, comuns nessa época do ano, costumam aumentar o número de casos de conjuntivite alérgica. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), nesse período, cerca de 20 a 30% dos brasileiros sofrem com algum tipo de alergia, e seis, a cada 10 alérgicos, têm a manifestação nos olhos durante as crises. Ela apresenta-se em formas mais brandas ou, em outras, mais sérias, nas quais as manifestações podem permanecer por vários meses e, se não tratadas, certamente são capazes de afetar a córnea, levando à baixa visão.
Conjuntivite Tóxica
Essa forma da doença é mais rara e não contagiosa. Entretanto, dependendo da exposição a fatores externos, como produtos químicos, cloro da piscina, maquiagem e fumaça, a conjuntivite pode ser muito grave. Em razão disso, se este contato acontecer, é importante que se lave bem os olhos com água corrente ou com soro fisiológico e, além disso, rapidamente se procure um oftalmologista. Seus principais sintomas são olhos vermelhos e lacrimejamento.
10 recomendações para qualquer tipo de conjuntivite:
- Lavar as mãos com frequência;
- Evitar levar as mãos aos olhos para que não haja uma nova contaminação;
- Fazer compressas de água mineral gelada ou de soro fisiológico;
- Suspender o uso de lentes de contato;
- Evitar o acúmulo de pó em cortinas, tapetes, bichos de pelúcia e etc;
- Evitar aglomerações;
- Não frequentar academias ou piscinas;
- Evite compartilhar produtos de maquiagem;
- Não utilizar a mesma toalha de banho ou rosto;
- Trocar as roupas de cama diariamente.
Importante lembrar que o tratamento para a conjuntivite depende de cada caso, por isso deve-se evitar a automedicação. Portanto, ao sentir qualquer tipo de desconforto ocular, procure seu médico oftalmologista de confiança. Somente ele será capaz de diagnosticar a doença e indicar o melhor tratamento.